Em um mundo globalizado que repentinamente suspendeu todos os seus contatos, a tecnologia corre para ajudar. Temos smartphones, PCs, sistemas de videochamada. Estamos conectados mesmo se estivermos sozinhos. Assim conversamos com amigos, parentes, as informações entram em nossas casas. Então, por que às vezes somos tão irracionais que não usamos esses meios que a modernidade nos deu de forma inteligente? Por exemplo, quando se trata de notícias falsas?
Coronavírus e sociedade líquida
Devemos nos sentir mais sortudos do que nossos antecessores, que vivenciaram o isolamento na história. Épocas em que a quarentena significava não apenas barricar em sua própria casa, ou em outros lugares adequados, mas também ficar completamente sozinho. Os poderosos meios de comunicação que temos hoje não existiam. Sem rádio ou TV sem telefones. A notícia circulou lentamente conforme as pessoas se moviam. Hoje nos apressamos, talvez demais, tanto que às vezes a velocidade do compartilhar supera a do raciocínio.
Quem conhece o grande Bauman deve saber disso. O filósofo polonês que tanto falou sobre a sociedade líquida como uma definição dos tempos modernos. A contemporaneidade se compõe de curtas distâncias e tempos. Podemos entrar em contato a qualquer hora e em qualquer lugar que quisermos. Um potencial interessante que, no entanto, se torna “arriscado” se a inteligência não for usada. Basta um clique, às vezes nem isso, e a notícia entra em nossos telefones. Talvez sem nem procurá-los. E assim a informação, verdadeira ou falsa, corre. Uma velocidade que esmaga o tempo de espera. Onde certezas e pontos de referência se tornam fracos mesmo em uma sociedade educada e avançada como a nossa. Existe uma falha neste sistema através da qual a irracionalidade encontra uma saída. E então, tomados pelo desejo ávido de espalhar o máximo que pudermos, tropeçamos em nós mesmos.
O que está errado?
Nós espalhamos mensagens, gravações e todos os outros arquivos que estão saltando de smartphone para smartphone atualmente. E não se trata de sátira. Postagens, desenhos animados e músicas temáticas certamente ajudam o espírito, se bem feitos. Mas não, estamos falando sobre notícias falsas aqui. Ou búfalos, para colocá-lo em italiano. Como aquele que tomava vitamina C, que seria o suficiente para não nos deixar doentes. Ou a história dos helicópteros que circulavam à noite para fazer obras de desinfestação. Tudo pronto para pegar roupas penduradas e vários animais de estimação! Podemos realmente compartilhar essas coisas? Podemos acreditar que eles são verdadeiros? Que desculpas temos hoje para justificar a promoção desse tipo de "notícia"? Estamos em uma sociedade líquida com seus prós e contras. Fizemos grandes descobertas ao longo do tempo. A medicina avançou muito, a educação não é mais só para os ricos. Então, oque há de errado?
Em meio a novas e velhas notícias falsas
Quando o analfabetismo era um fato galopante, quando a ciência não sabia sobre a existência de vírus e bactérias, então talvez um pensamento primitivo fosse de alguma forma legitimado. No entanto, o homem aprendeu a observar. Ele entendia que a agregação social favorecia o contágio e sem muito conhecimento médico decretava o isolamento. Claro que eles queriam encontrar uma razão para a doença e então as teorias se espalharam. Que foi um castigo divino foi a motivação mais citada. Então havia loucos, alguns bastante singulares. Como aquela história, durante a peste dos anos 1600, em que a doença era causada por sanduíches infectados espalhados aqui e ali pelos franceses. Uma verdadeira notícia falsa para a época também! O que combinava a ignorância das pessoas com uma questão política, a da guerra de 30 anos.
Hoje, tal coisa nos faz sorrir. Ou talvez alguém acreditasse com o Whatsapp certo. Rimos de nossos ancestrais, porque eles acreditavam em histórias impensáveis. E nós, que nos sentimos “tão modernos” e eruditos, por que contribuímos para a divulgação de notícias sem fundamento? Talvez alguém se lembre disso. No início de toda essa história, quando o Coronavírus parecia pertencer apenas a Wuhan, a “teoria da conspiração” buscou seu lugar. "Diz-se que os americanos espalharam o vírus para a China." Esta história se parece um pouco com aquela notícia falsa sobre os franceses durante a praga do século 17. No entanto, séculos nos separam! Somos involução?
Notícias falsas: um insulto à inteligência
A palavra sempre foi uma arma poderosa que, ao longo do tempo, teve um forte eco. O murmúrio das pessoas, dos jornais, do rádio e da TV. Depois a internet na companhia de PCs e telefones de última geração. Talvez todas essas ferramentas nos tenham confundido um pouco. Portanto, vamos voltar a usar a inteligência primeiro. Aquele que nos torna livres para entender.